terça-feira, 16 de dezembro de 2014

VIVA O POVO BRASILEIRO

É dramática a situação atual do Brasil e o princípio do drama tem suas origens explicativas em Sérgio Buarque de Holanda (1995), a corrupção, descreveu o referido intelectual, está nas “raízes do Brasil”.

E desde aquele tempo, de um Brasil nascente, a casa e a rua se confundiam e os agentes públicos tratavam o bem, que deveria ser do povo, com o mesmo princípio do seu ambiente doméstico. O contínuo atingiu os nossos dias, e certamente, vai perpassar as nossas existências. Não porque, como dizem os religiosos, a natureza humana seja corruptível, existencialista, nem mesmo acredito em natureza humana. Não é a natureza. Trata-se, antes, de um entranhado em nossa cultura porque alimentado pela trajetória histórica do nosso povo.

E todo ano temos o anúncio de um novo maior caso de corrupção da história do Brasil. O mal é endêmico.

Em que pese a generalidade do mal, o povo brasileiro continua transferindo aos agentes  políticos uma responsabilidade que é do próprio povo. O povo brasileiro é corrupto. E digo mais, o povo brasileiro, que na verdade é corruptor do agente político, é extremamente corrupto.

Vejo com embrulho no estômago as passeatas da moralidade paulistana, coordenada pela tucanada da mesma região, que em si, já é uma subtração da legalidade.

E a petralhada? Vivem na ilha da fantasia quem ainda crê que a Dilma, o Lula e todos os outros não tiveram parte na roubalheira.


Nos alimentamos da corrupção porque falta uma moralidade tropical. Corrupto no Brasil é apenas quem exerce o poder sem dele abusar, porque esse, conforme pensa o povo, não se esbalda nas possibilidades que o poder lhe confere. Quando ouço sobre os “grandes casos de corrupção”, penso: viva o povo brasileiro! 

Bibliografia:
HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. 26a. ed. São Paulo: CIA das Letras, 1995. 

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