Por Flávio Leandro
Quando
o ronco feroz do carro pipa,
Cobre
a força do aboio do vaqueiro
Quando
o gado berrando no terreiro,
Se
despede da vida e do peão
Quando
verde eu procuro pelo chão,
Não
encontro mais nem mandacaru
Dá
tristeza ter que viver no sul,
pra
morrer de saudades do sertão.
Eu sei
que a chuva é pouca
e que
o chão é quente
Mas
tem mão boba enganando a gente,
Secando
o verde da irrigação
Não!
Eu não quero enchentes de caridade
Só
quero chuva de honestidade
Molhando as terras do meu sertão.
Eu
pensei que tivesse resolvida
Essa
forma de vida tão medonha
Mas,
ainda me matam de vergonha
Os
currais, coronéis e suas cercas
Eu
pensei nunca mais sofrer da seca
No
nordeste do século XXI
Onde
até o voo troncho do anum
Fez
progresso e teve evolução.
Israel
é mais seco que o Nordeste
No
entanto se investe e tem fartura
Dando
força total à agricultura
Faz
brotar folha verde no deserto
Dá pra
ver que o desmando aqui é certo
Sobra
voto, mas falta competência
Pra
tirar das cacimbas da ciência
Agua doce que regule
a plantação.
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