quinta-feira, 8 de março de 2018

CHUVA DE HONESTIDADE

Por Flávio Leandro

Quando o ronco feroz do carro pipa,
Cobre a força do aboio do vaqueiro
Quando o gado berrando no terreiro,
Se despede da vida e do peão
Quando verde eu procuro pelo chão,
Não encontro mais nem mandacaru
Dá tristeza ter que viver no sul,
pra morrer de saudades do sertão.

Eu sei que a chuva é pouca
e que o chão é quente
Mas tem mão boba enganando a gente,
Secando o verde da irrigação
Não! Eu não quero enchentes de caridade
Só quero chuva de honestidade
Molhando as terras do meu sertão.

Eu pensei que tivesse resolvida
Essa forma de vida tão medonha
Mas, ainda me matam de vergonha
Os currais, coronéis e suas cercas
Eu pensei nunca mais sofrer da seca
No nordeste do século XXI
Onde até o voo troncho do anum
Fez progresso e teve evolução.

Israel é mais seco que o Nordeste
No entanto se investe e tem fartura
Dando força total à agricultura
Faz brotar folha verde no deserto
Dá pra ver que o desmando aqui é certo
Sobra voto, mas falta competência
Pra tirar das cacimbas da ciência
Agua doce que regule a plantação.

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