PÁGINAS

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

GREVE DA EDUCAÇÃO EM GOIÁS: COM QUE FIM?

A velha nova greve da educação goiana. De prático,
o de sempre, nenhuma conquista.
Por quase oito anos fui professor da rede pública estadual em Goiás. Nesse mesmo período trabalhei também na rede municipal de educação em um pequeno município do Estado goiano. Felizmente me livrei desse cativeiro. Da parte do poder público, pior que em alguns Estados da Federação, em Goiás, professor não goza de qualquer prestígio. Esse quadro ainda é agravado pelo fato de que o órgão representativo de classe é um Sindicato completamente comprometido com o poder público. Só briga em período eleitoral e, agindo assim, faz da luta, que deveria ser da classe, uma luta puramente política. Ao final das "greves" os professores ficam prejudicados, e a coordenação do sindicato termina ocupando algum cargo importante em administrações municipais, quando não concorre a cargo executivo ou legislativo. Em Goiás um dos maiores inimigos da educação chama-se SINTEGO.


De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação em Goiás (Sintego), a paralisação atingiu 70% das escolas na capital e 80%, no interior. "A mobilização terá continuidade e a expectativa é de que nos próximos dias estes números sejam maiores", declarou a entidade em nota. Mas, porque a greve acontece tão próxima do período eleitoral, se os problemas são tão antigos?

Em 2008, também em período próximo de eleições, o Sintego levou a categoria a uma greve. Qual foi o resultado? Para os professores, corte no salário; Para o Sintego, a nomeação do presidente, Domingos Pereira, a secretário municipal de educação no município de Aparecida de Goiânia, um dos mais importantes do Estado. Então, à guisa de resposta à temática desse artigo, respondo que o fim das greves em Goiás, invariavelmente, é usar os professores como massa de manobra para atender os interesses da coordenação/presidência do Sindicato.

Isso não acontece só em Goiás. Aqui no Pará tivemos uma greve que durou cerca de 60 dias. O que o ganhamos? Nada. Aqui também o Sindicato, no caso o SINTEPP, usou a categoria para suas brigas particulares com o governo do Estado. No entanto, aqui o sindicato briga por espaço dentro do governo, em Goiás, a briga é mais descarada. Em Goiás, a briga é por cargo.

É bom que os professores em Goiás considerem, os ainda inocentes, que o secretário de educação de Goiás, não entende nada de educação. O cara é um economista. Ele entende de mercado, e educação não se confunde com questões mercadológicas.

Outro fator, a imprensa goiana é comprometida com o Estado, principalmente quando se trata das organizações Jaime Câmara. A mesma coisa acontece aqui no Pará. A imprensa paraense é comprometida com o governo estadual. Do contrário, como pensar a imprensa livre? Isso seria utopia. A impresa recebe do Estado, e o Estado mantém relações comerciais com a iniciativa privada, o segundo sujeito que mantém a imprensa funcionando. Não há imprensa livre!

Não espere o Sintego ser notícia. Aliás, torça o Sintego para não ser notícia.

E, para concluir, enquanto professores, somos insignificantes sim! O Estado não precisa de professores, na verdade, o Estado não deseja qualquer trabalho qualitativo no sentido educacional, e se assim o é, quanto maior o grau de marginalização do professor, melhor para o Estado. Povo bom, é povo burro! Então, porque valorizar professor? De que outra forma o Marconi seria eleito?

15 comentários:

  1. Prof. Moisés,

    Entendo sua crítica, uma vez que ele é comprovada pela história do sindicato. No entanto, percebo que a indignação dos professores em relação as mudanças que foram feitas no plano de carreira, é muito grande. Sabemos dos interesses políticos do Sintego, os milhares de professores que estão parados não ignoram isso, o fato é que a greve veio agora, porque foi nesse momento que as mudanças foram feitas e todos sentiram no bolço o que ocorreu. Penso que mesmo diante de tão dura realidade, a luta deve continuar. Os educadores não podem ficar alheios ao que está acontecendo.

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    1. Entendo professor,a minmha posição não é no sentido de despolitizar no que há de positivo na politização, mas de suscitar uma crítica à instrumentalização que o Sintego tem feito da categoria.

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  2. As pessoas precisam saber que o governo de Goiás, para pagar o piso nacional aos professores, mudou a lei estadual. Depois de dois anos de descumprimento da lei federal do piso, agora ele o paga, mas na verdade tirou os direitos dos professores para que eles próprios paguem seu piso.
    Os professores haviam adquirido direito à gratificação por titularidade fazendo pós-graduação lato e stricto sensu e a perdeu. Os professores especialistas que em dezembro recebiam em seu contra-cheque gratificação de 30% agora não recebem mais nada, os mestres, recebiam 40% e agora 10%, os doutores caíram de 50 para 20%.
    o governo inventou um programa chamado Reconhecer em que dá um bônus de R$ 2000 por ano para quem não faltar nem com atestado médico, de óbito, ou para ir à paralisação ou greve; e contratou uma empresa para vigiar in loco e com um número 0800 para que os alunos, a comunidade e os próprios professores denunciem e controlem o ponto diário e se houver alguma diferença entre o ocorrido e o escrito toda a unidade escolar perde o bônus; e sso é ultrajante porque considera professor como irresponsável e faltoso e o gestor como mentiroso e moleque.
    É triste ver e sentir na pele o esforço feito para se especializar buscando melhoria tanto pessoal quanto profissional e não ter valorização por parte do Governo do Estado de Goiás.
    Numa dita "democracia" inerente em todos os meios de comunicação de Goiás, percebemos que o que vale é a lei do mais forte politicamente, onde a justiça tapam os olhos diante dos desmandos desse Governo "Marconi Perilo".
    Será que é por causa da ditadura imposta por "ele"? Haverá alguém da justiça em Goiás apoiando os Professores que foram traídos, injustiçados e apunhalados por este Governo de mentiras? Será que vamos ser lezados, pisoteados e desvalorizados através de mentiras ditas na mídia goiana?
    Estas perguntas são da indignação de um professor que fez cursos e se especializou na área da Geografia a anos no Estado de Goiás e teve suas conquistas retiradas da noite para o dia...
    "É LAMENTÁVEL ESSAS INJUSTIÇAS"...

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    1. Professor, a justiça estadual é subserviente ao governo estadual. Isso não é novidade. Porque prefeitos corruptos se mantêm no poder em Goiás? Porque as ações contra o Estado não chegam a nada? É ingenuidade pensar em democracia ampla na nossa realidade histórico-política e econômica. Os professores precisam lutar. Mas fui professor aí por muito tempo para saber que o melhor campo de batalha sequer é visualizado pela classe, a saber, o espaço da sala de aula, por onde passam os eleitores do Marconi.

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  3. As pessoas precisam saber que o governo de Goiás, para pagar o piso nacional aos professores, mudou a lei estadual. Depois de dois anos de descumprimento da lei federal do piso, agora ele o paga, mas na verdade tirou os direitos dos professores para que eles próprios paguem seu piso.
    Há em Goiás 4 níveis de professores: PI (magistério), PII (licenciatura curta), PIII (licenciado) e PIV (pós-graduado). O PII por lei recebia 13,07% sobre o PI, o PIII 34,05% sobre o PII e o PIV 12,75% sobre o PIII, aí o governo inventou uma lei em dezembro, que foi aprovada, de modo que a diferença do PII para o PI caía de 13% para 3%, assim, por efeito cascata, os PIII e os PIV, a maioria dos docentes, foram altamente abalados.
    Uma coisa é cumprir a Lei do Piso, outra é inventar uma lei só para retirar direito dos professores. O piso de R$ 1460 proposto não consta da lei estadual inventada porque ele muda a cada ano, vem sim da lei federal, de modo que o que a nova lei estadual fez foi apenas o corte de direitos adquiridos. Mas, o Os professores haviam adquirido direito à gratificação por titularidade fazendo pós-graduação lato e stricto sensu e a perdeu. Os professores especialistas que em dezembro recebiam em seu contra-cheque gratificação de 30% agora não recebem mais nada, os mestres, recebiam 40% e agora 10%, os doutores caíram de 50 para 20%.
    pior foi a retirada das gratificações.
    O pior é que o governo inventou um programa chamado Reconhecer em que dá um bônus de R$ 2000 por ano para quem não faltar nem com atestado médico, de óbito, ou para ir à paralisação ou greve; e contratou uma empresa para vigiar in loco e com um número 0800 para que os alunos, a comunidade e os próprios professores denunciem e controlem o ponto diário e se houver alguma diferença entre o ocorrido e o escrito toda a unidade escolar perde o bônus; e sso é ultrajante porque considera professor como irresponsável e faltoso e o gestor como mentiroso e moleque.


    É triste ver e sentir na pele o esforço feito para se especializar buscando melhoria tanto pessoal quanto profissional e não ter valorização por parte do Governo do Estado de Goiás.
    Numa dita "democracia" inerente em todos os meios de comunicação de Goiás, percebemos que o que vale é a lei do mais forte politicamente, onde a justiça tapam os olhos diante dos desmandos desse Governo "Marconi Perilo".
    Será que é por causa da ditadura imposta por "ele"? Haverá alguém da justiça em Goiás apoiando os Professores que foram traídos, injustiçados e apunhalados por este Governo de mentiras? Será que vamos ser lezados, pisoteados e desvalorizados através de mentiras ditas na mídia goiana?
    Estas perguntas são da indignação de um professor que fez cursos e se especializou na área da Geografia a anos no Estado de Goiás e teve suas conquistas retiradas da noite para o dia...
    "É LAMENTÁVEL ESSAS INJUSTIÇAS"...

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    1. Pois é professor, que o Marconi era facista todos nós sabíamos, mas ele foi eleito, e porque? Porque nosso trabalho não faz qualquer diferença na sociedade!

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  4. Professor Moises, é triste ter que concordar com suas colocações, greve em nosso Estado não está funcionando a muito tempo. Sofrer um golpe como esse é muito triste e desanimador. Um profissional da educação que sempre se preocupou com a qualidade das aulas e para isso investiu em cursos e especializações, ter seus direitos usurpados é no mínimo lamentável. Estou no movimento de greve, pois ainda acredito que é uma das formas de reivindicar meus direitos, porém vejo que posso mudar a situação desse Estado atuando como boa profissional que sou em sala de aula, sou formadora de opinião e trabalho com os adolescentes, esses serão os mais jovens eleitores desse Estado. E eles farão a diferença nas urnas, e terei um papel fundamental nisso.

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  5. Olá, professor Moisés!


    Mas, na Greve do momento não temos apenas o SINDICATO, temos um outro grupo, e os professores agora estão usando as redes sociais para detonarem com os políticos corruptos.
    http://www.mobilizacaoprofessoresgo.com/...
    https://www.facebook.com/groups/mobilizacao.professores.go/

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    1. Sem dúvida nenhuma as redes sociais estão nos ajudando a levar aos participantes desta sociedade a verdade de nossos políticos. Já era hora.

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  6. Professora Jane, concordo com você quando diz que somos formadores de opinião e é por isso que não podemos aceitar de braços cruzados o que esse governo ditador faz, pois assim que exemplo daremos aos nossos alunos. Precisamos ensiná-los a lutar pelos seus direitos. Só acho uma pena alguns profissionais pensarem que ficou tudo muito bom e cruzarem os braços.

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  7. Em primeiro lugar gostaria de deixar registrado minha a alegria em ver que continua atuante, agora utilizando a internet para mostrar sua indignação.
    Concordo que o SINTEGO, tem feito os professores de massa de manobra para conseguir ascensão política para seus lideres, más vou mais longe, sindicatos, em especial no Brasil, nada mais são que organizações políticas em que seus líderes se sentam á mesa com patrões para fazerem negociatas quem beneficiem apenas os líderes sindicalistas e patrões, ao trabalhador são oferecidos apenas migalhas, na forma de miseráveis aumentos salariais.
    Contudo, como já disse Martin Luther King “ a greve é a voz daqueles que não são ouvidos”. Então o problema não está na greve, mas na forma com que tem sido feita, a greve deve ser a voz do trabalhador. O trabalhador, seja da saúde, da educação ou segurança púbica deve ver na greve a possibilidade de se fazer ouvido, de alcançar melhores condições de trabalho, más isso deve ser feito distante de sindicatos corruptos.
    Prof. Carlesandro Augusto

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  8. Pois é Carlessandro, de fato, aqui e em quase todos os lugares o Sindicato é mais um elemento a serviço do patrão do que um instrumento de luta da classe. No caso de Goiás isso é flagrante! Mas, é preciso sonhar e lutar sempre.

    É bom saber que vocês estão na luta, apesar dos pesares.

    Um abraço!
    (saudades daqueles velhos tempos - o todo tempo passado irrevogavelmente é passado).

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  9. o governo deveria colocar a educaçao em primeiro lugar. se nao existisse o professor ele estaria onde esta?

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  10. Fico revoltado e triste quando vejo companheiros que em vez de fazer parte do movimento vai trabalhar furando a greve, tanto o governo como o sindicato tem culpa no cartório, mas e classe de educadores? Greve assim fica dificil sabemos que temos despesas para pagar mas baixar a cabeça e trabalhar esperando pelos companheiros lutar por nós é uma desunião tremenda, falta comprometimento e politização como podemos ser ouvidos desse jeito? Criticar o governo, sindicato e choramingar pelos cantos é fácil eu quero ver ir a luta e participar do movimento de forma efetiva nesse momento muitos professores escondem a cara ai não tem como o movimento ter força é lamentável!!!

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  11. FICO SATISFEITA EM SABER QUE O EDUCADOR NÃO CALA DIANTE DESTA CATÁSTROFE,MAS TRISTE COM O GOVERNO E SECRETÁRIO DA EDUCAÇÃO QUE QUEREM FAZER DA SOCIEDADE GOIANA SACO DE BATATA.ESTAMOS CANSADOS DE TANTA CORRUPÇÃO ELES TENTAM DIMINUIR A CLASSE TRABALHADORA,FALO DAQUELE QUE ACORDA CEDO TODOS OS DIAS E SONHA COM SITUAÇÃO MELHOR PARA SEUS FILHOS,NÃO COMO OS POLÍTICOS QUE COMPARECEM NO SEU LOCAL DE TRABALHO APENAS ALGUNS DIAS NO MÊS,POUCOS DESSES PENSAM NO BEM ESTAR DA SOCIEDADE,JÁ OS PROFESSORES ESFORÇAM PARA LEVAR APRENDIZAGEM PARA DEZENAS DE CRIANÇAS.PENA!QUE ESSE GOVERNO COM CERTEZA APARECE NAS PRÓXIMAS ELEIÇÕES ENGANANDO O POVO COM PROMESSAS!

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