Descobri, recentemente, que a elite branca brasileira, além de egoísta, é muito raivosa. Li muitos discursos virulentos esses dias. Enquanto lia, sempre pensava sobre a distancia entre o meu mundo, nascido lá em Piraquê-TO, um finzinho de mundo, e o mundo deles, alguns escrevendo direto de Miami, Flórida.
Se trata de uma tentativa da elite branca, depois de fracassado o discurso
militarista, em desestabilizar o governo da presidente Dilma, já quase sem
nenhuma estabilidade. Como resposta, ao clamor do PSDB, através do Aécio Neves
e seus correligionários, o próprio PT articulou a marcha, realizada ontem,
13/03, para defender a presidente.
Fica,
portanto, um jogo de cores. Na sexta feira 13, o vermelho do PT. No domingo
15/03, as cores do PSDB, conjugada com uma tentativa de ligação de sentidos,
entre oposição ao PT e o patriotismo, no velho estilo Brasil, ame-o, ou deixe-o. No meio de tudo isso, de um lado a elite
branca, despeitada por ter sido alijada do poder; do outro, grupetos que já não
podem mais saber o que é trabalho e o que são trabalhadores.
O
que está em risco, mais que o governo da Dilma, é o respeito à normalidade
constitucional. Penso que a experiência de “democracia” no Brasil ainda é
recente demais para que o povo entenda o seu sentido. Já estamos indo a quase
cinco meses de passadas as eleições e ainda há um grupo procurando formas de
invalidá-la. O que é isso, senão descompasso?
Outro
problema, tão grave quanto o primeiro, é a questão sexista. Pouco se discute
sobre culpa ou inocência da presidente, mas há quase uma unanimidade a respeito
da sua incapacidade para governar. No passado, todos sabiam que o Itamar Franco
era um zero à esquerda, mas ninguém questionou sua capacidade. Nem mesmo quando
ficou flagrante que o Collor estava perdido, as vozes gritavam “Corrupto!” mas não incapaz.
O pedido protocolado nessa sexta, 13/03, não poderia ter sido feito por outro senão por Jair Bolsonaro.SEM DÚVIDA O PROBLEMA É ELA NÃO TER TESTÍCULO.