O que ficou público e notório, a partir da divulgação pela grande imprensa de algumas redações muito particulares do ENEM, é que os avaliadores, de fato, não lêm o texto.
Agora, pela publicação de dois casos em especial, do aluno que inseria a letra do hino do palmeiras e do que ensinou receita de macarrão instantâneo em suas redações, todos nós sabemos que não há necessidade de seguir regras de escrita apreendidas com esforço e algumas noites de sonos perdidas para se ter uma boa nota na redação do ENEM.
Absurdos do ENEM. |
Ao G1 Paulo Portela, diretor do CESPE, famoso órgão responsável por certames de muitas funções públicas importantes e bem remuneradas, apresentou explicações que tenderam a justificar a boa avaliação dos alunos pela generalidade dos critérios de avaliação da redação.
Assim, as respeitadas professoras, doutoras em linguística, Dra. Vilma Reche Corrêa e Dra. Maria Luiz Monteiro Sales Coroa disseram ao Brasil ser plausível que um aluno que escreve uma redação sobre imigração e, no meio do texto cortando a trama da escrita, inclua a letra do hino de um time de futebol faça jús à 500 pontos, de um total de 1.000; ou ainda que outro aluno ensine a fazer miojo, numa redação sobre imigração, tenha nota 560.
Diante disso, fica a inevitável questão, se ensinar miojo e escrever sobre o hino do Palmeiras, que certamente as doutoras desconheciam, e devem até ter gostado do texto, torna o candidato merecedor de uma nota regular, para fazer jus a uma nota excelente, o que ele deve fazer? Incluir o hino do flamengo ou ensinar fazer feijoada, que seriam escritos mais nobres?
E para zerar a prova o que fazer? Simplesmente não ter título, mesmo que o texto fosse excelente, do ponto de vista da normalidade, ou para zerar bastaria escrever uma redação de fato?
A verdade é que foram milhões de textos a serem lidos e, certamente, faltou gente em número e em qualidade intelectual suficiente para o fazê-lo. Deveriam saber, também os alunos do ensino regular, que um professor com 60 horas semanais, 12 ou 15 turmas, com quase 1.000 alunos também não lê os textos que pede.