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terça-feira, 14 de março de 2017

O CORVO E O VAMPIRO OU A SUPERAÇÃO DE TODO LIMITE MORAL

Um dos expedientes mais obscuros e recorrentes na estratégia de permanência no poder do Conde Drácula da política brasileira, que também atende por Michel Temer, tem sido a cooptação de membros do Supremo Tribunal Federal, que aliás de Supremo, tornou-se pequeno.  A referida instância de poder da República tem sido também uma das mais desprezadas pelos cidadãos brasileiros, resultado do sistema de trocas intensificado a partir da chegada do Conde Drácula ao poder.

Nessa lógica de relações abjetas a intimidade e troca de favores entre Temer e Gilmar Mendes constitui exemplo de tudo o que o brasileiro gostaria de superar. Sabe-se que a cassação da presidente Dilma deveu-se, no que diz respeito ao supremo, num sistema de troca que incluía, inclusive, o reajuste do judiciário. Mas nada se compara ao papel vil a que se tem dedicado Gilmar Mendes. Esse, a troco de banana vende a dignidade da toga.

Como Temer enfrenta um processo no Superior Tribunal Eleitoral que poderia cassar a chapa Dilma/Temer e, por consequência o seu mandato, Temer indicou o primo de Gilmar Mendes, Franscival Dias Mendes, para a Agência Nacional de Transportes Aquaviários. Irônico, o Jornal Folha de São Paulo, no lugar de falar dessa nomeação imoral, noticiou que “ Temer tem certeza que não será cassado por decisão do TSE”.

O que pensar de um Juíz que recebe benefícios, mesmo que indiretamente, do réu? O que dizer do juíz que viaja com o réu?  O que dizer da justiça que, reiteradamente, se antecipa para fazer juizo de valor positivo do réu que ainda vai julgar?


A República se desintegra a cada dia. de fato, a Dilma não era política, no sentido da típica política brasileira. O que veio depois dela é pavoroso exatamente  porque é político no sentido da política brasileira de todos os dias.

Gilmar e Temer, o Corvo e o Vampiro, constituem exemplos modelos daquilo que nos enoja.