Porque uma pessoa que, concorrendo a um cargo público importante, resolve ser pior justo quando o povo deve considerá-lo melhor? Porque deixar-se notar mau quando é tempo de fingir-se bom? Fato inconteste, tem muitos cidadãos marabaenses querendo entender aquilo que, para esses que ignoram as razões de tal fenômeno, julgam absurdo. Esse texto, portanto, é um esforço de dar explicação a essa loucura.
Dos braços do povo. |
ao povo indignado |
Não é inocente nem mesmo o que vota por favores ou por dinheiro. Não foi, como acredita o próprio Maurino, por pura má-fé do tipo que só a ignorância e a inocência podem forjar, que o povo o escolheu. Foi mais por convicção, e pelos ventos reformadores, que o povo o escolheu.
Na ficção. |
Na vida real. |
Aí Zé Leitão cometeu vários erros de julgamento. O povo não o elegeu por burrice, o povo o elegeu por falta de opção melhor e, nesse caso a maioria dos votos da periferia, porque olhando para uma pessoa cuja história era marcada por engajamento nas lutas sociais, identificou-se com esse perfil e, considerando o precedente positivo aberto pelo metalúrgico que se tornou presidente do Brasil, no calor de tais emoções, o demagógico chegou ao poder porque seu discurso encontrou espaço nos corações cansados das velhas oligarquias cujo poder centenário alijou muitos e matou outros tantos.
Outro erro do Mau-Mau foi de interpretação literária. Ele leu muito mal Maquiavel. Entendeu o texto pelo avesso e acreditou, pela má interpretação que fez, que podia ser mal tendo como único fim o seu próprio bem-estar pessoal. Ele desconsiderou a conjectura atual, e assim fazendo, pensou que podia ser mal com o povo fazendo pequenas concessões ocasionais do tipo curativos na ferida, ou remendo na rede rasgada.
Qual foi o resultado de tudo isso? Rejeição quase absoluta à sua candidatura. Vivi cenas numa escola municipal de Morada Nova quase cômicas. Uma direção escolar municipal nomeada pelo Mau-Mau ao arrepio da Lei, que prescreve a gestão democrática e não a gestão imposta, o defendia como melhor prefeito que Marabá já conheceu. E era um discurso que, embora sem racionalidade argumentativa, quase convencia pela carga emocional. Esse grupo, somado aos demais apadrinhados e à grande família do prefeito Zé Leitão, é a base de apoio do Maurino hoje. Isso as pesquisas têm demonstrado ao apontar o grau de rejeição ao prefeito.
Então, consciente da impossibilidade de continuar metendo a mão o que o prefeito resolveu fazer? Resolveu meter a mão mais fundo ainda. Resolveu tirar o que era possível tirar. E esse fatozinho tão simples é que explica o misterioso fenômeno. É isso que explica às vésperas da eleição o Mau-Mau ficar pior ainda.
A mediocridade não é só do Mau-Mau. |
Conheci um palestrante, capitão da PM de Goiás, que assustou-me porque fez um discurso cuja frase chave contrariava um preceito de esperança que me seguiu quase a vida toda. Aprendi com os ditados populares que "depois da tempestade vem a bonança"; e que "depois da noite escura, o sol brilha", o capitão, pelo contrário dizia que "tudo que é ruim, pode ficar pior ainda".
Se é verdade que "tudo que é ruim, pode ficar pior ainda" eu interpreto as práticas maquiavélicas do Mau-Mau mas me calo quanto a qualquer prognóstico futuro. Acredito que Marabá irá superar o jeito suíno de fazer política, mas não sei se o que virá ser muito melhor. Aí que vida!