A renovação da tentativa de encontra o caminho do desenvolvimento sustentável. A Rio92 foi o marco inicial. |
A Conferência das
Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, será realizada de 13
a 22 de junho de 2012, na cidade do Rio de
Janeiro. A Rio + 20 é assim
conhecida porque marca os vinte anos de realização da Conferência das Nações
Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92) e deverá contribuir para definir a agenda do
desenvolvimento sustentável para as próximas décadas.
O objetivo da Conferência é a renovação do
compromisso político com o desenvolvimento sustentável, por meio da avaliação
do progresso e das lacunas na implementação das decisões adotadas pelas
principais cúpulas sobre o assunto e do tratamento de temas novos e emergentes.
Desse modo, percebe-se que o evento é muito
importante enquanto espaço de debate e tomada de decisões no sentido da
sustentabilidade do planeta. Todavia, o que me chama a atenção, relativo ao
cenário mediático que envolve esse acontecimento ímpar, são os usos e abusos
das grandes empresas que vêm gastando milhões em marketing, para vender uma
imagem de empresas limpas, quando na verdade, em matéria de sustentabilidade,
não investem nem o equivalente ao gasto com a propaganda sobre os tais feitos.
Não é apenas a ação da Vale que é danosa, mas toda a infra-estrutura que a subsidia, inclusive a proteção que o Estado faz dos seus interesses em detrimento do povo brasileiro, sobretudo, paraense. |
A Vale do Rio Doce, grande expropriadora de terras
indígenas e empresa ligada a todo tipo de problema ambiental e social na
Amazônia, gasta com propaganda para vender a imagem, a nível nacional, de que é
amiga do meio ambiente, quando, na verdade, não é amiga sequer dos habitantes
locais.
A Vale S.A, antiga Vale do Rio Doce, tem
demonstrado, através de relações escusas com agentes públicos, como influencia
esses agentes, e, por essa influencia produz conflitos sociais e morte,
principalmente no Estado do Pará. A empresa sanguessuga, a empresa parasita é
também a empresa que produz o minério sujo de sangue. No entanto, no clima de
Rio+20 essa mesma empresa lança, nos horários nobres das TVs, suas propagandas
milionárias para dizer que promove o desenvolvimento sustentável. É bem capaz
que os cafezinhos dessa conferência sejam servidos em xícaras com o símbolo da
Vale.
Para além do pensamento crítico sempre necessário,
vamos entender como será o evento. A
Conferência terá dois temas principais:
A economia verde no contexto do desenvolvimento
sustentável e da erradicação da pobreza; e a estrutura institucional para o
desenvolvimento sustentável. A Rio+20 será composta por três
momentos. Nos primeiros dias, de 13 a 15 de junho, está prevista a III Reunião
do Comitê Preparatório, no qual se reunirão representantes governamentais para
negociações dos documentos a serem adotados na Conferência. Em seguida, entre
16 e 19 de junho, serão programados os Diálogos
para o Desenvolvimento Sustentável. De 20 a 22 de junho,
ocorrerá o Segmento de Alto Nível da Conferência, para o qual é esperada a
presença de diversos Chefes de Estado e de Governo dos países-membros das
Nações Unidas.
Os preparativos para a Conferência
A Resolução 64/236 da Assembleia-Geral das Nações
Unidas determinou a realização da Conferência, seu objetivo e seus temas, além
de estabelecer a programação das reuniões do Comitê Preparatório (conhecidas
como “PrepComs”). O Comitê vem realizando sessões anuais desde 2010, além
de “reuniões intersessionais”, importantes para dar encaminhamento às
negociações.
Além das “PrepComs”, diversos países têm realizado
“encontros informais” para ampliar as oportunidades de discussão dos temas da Rio+20.
O processo preparatório é conduzido pelo
Subsecretário-Geral da ONU para Assuntos Econômicos e Sociais e Secretário-Geral
da Conferência, Embaixador Sha Zukang, da China. O Secretariado da Conferência
conta ainda com dois Coordenadores-Executivos, a Senhora Elizabeth Thompson,
ex-Ministra de Energia e Meio Ambiente de Barbados, e o Senhor Brice Lalonde,
ex-Ministro do Meio Ambiente da França. Os preparativos são complementados pela
Mesa Diretora da Rio+20, que se reúne com regularidade em Nova York e
decide sobre questões relativas à organização do evento. Fazem parte da Mesa
Diretora representantes dos cinco grupos regionais da ONU, com a co-presidência
do Embaixador Kim Sook, da Coréia do Sul, e do Embaixador John Ashe, de Antígua
e Barbuda. O Brasil, na qualidade de país-sede da Conferência, também está
representado na Mesa Diretora.
Os Estados-membros, representantes da sociedade
civil e organizações internacionais tiveram até o dia 1º de novembro para
enviar ao Secretariado da Conferência propostas por escrito. A partir dessas
contribuições, o Secretariado preparará um texto-base para a Rio+20,
chamado “zero draft” (“minuta zero” em inglês), o qual será negociado em
reuniões ao longo do primeiro semestre de 2012.
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