segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

O PROFESSOR NÃO SABER O QUE ENSINA É TRISTE. MAS NÃO TER CORAGEM DE ESTUDAR É TRÁGICO.

Tenho muitas angústias com o sistema público de ensino. Mas, não apenas com o público, a banalização da mercadoria-educação também é uma tragédia. Entre os muitos fatores que produzem essa angústia, a destruição do futuro da juventude por professores incompetentes e preguiçosos é a desgraça que dói mais.

No Estado do Pará, professores com licenciatura em Pedagogia, ou seja, formados para as generalidades da educação infantil, estão sendo contratados para ministrarem aulas de filosofia e Sociologia no Ensino Médio. Pedagogos da UNOPAR, UNIASSELVI e outras  insignificâncias acadêmicas a desgraçar a juventude paraense.

Estes professores, pela própria natureza do curso de Pedagogia, não estão preparados para a tarefa que lhe atribuem. E isso, para a maioria deles, não tem qualquer relevância, vez que importante é estufar o "pé de meia", especialmente quando se tratam das boas gratificações do Sistema Modular de Ensino. Para o Estado é a massa docente ideal; porque de um lado, a educação das classes populares é um luxo subversivo, e do outro, tratam-se de professores desligados e descomprometidos com a realidade em que atuam. 

Estudar, para grande parte destes professores, não é um projeto porque biqueiros, se sabem docentes do momento, com um contrato precário e temporário, noutro momento, vendendo banana na feira, ou em qualquer outro bico, tão despretensioso quanto ensinar o que não sabem. 

O que me revolta não é a ignorância destes colegas. Isso, embora grave, tem remédio. A professora, de filosofia por exemplo, poderia utilizar o livro didático para um estudo mínimo do conteúdo de aula. O estudo poderia ser um caminho minimizador de danos. Mas, infelizmente, a ignorância quase sempre é acumulada com a indolência.

Pior que não saber é fazer da ignorância instrumento de trabalho. Sim, o professor que não sabe o que ensina, ensina o que não sabe.  E isso, geralmente, é o que acontece quando se põe uma pedagoga ou um pedagogo para ensinar filosofia.

Eu precisava dizer isso.

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