O clero católico e o problema da pedofilia: temas recorrentes. |
A pedofilia tem a maior praga,
porque tem sido a praga tornada pública. E esse problema só tem se tornado
público em função do preconceito contra os homossexuais, ou seja, é somente no
limite da intolerância que a sociedade ocidental ousa macular a “dignidade do
padre” e por consequência da igreja. Vi, nesse sentido, alguns colegas que
foram dispensados, quase sempre às vésperas da ordenação, por algum problema
ligado à homossexualismo descoberto a partir do assédio. Todavia, quase nenhuma
pena incidia sobre os padres que engravidavam as jovens e depois as abandonavam
por força da intervenção complacente do bispo que os transferiam de paróquia ou
os mandavam fazer um curso na Itália.
A essa altura me parece importante
esclarecer ao leitor que não sou evangélico, é verdade que também não sou
católico. Aliás, sou católico, mas não naquele velho modelo “do tipo papador de
hóstia”. Então, não é porque sou inimigo da igreja, rótulo aplicado a todos os
que fazem qualquer análise realista, por isso crítica, que estou escrevendo
esse texto.
Penso, simplesmente, que a
renúncia de Bento XVI deve oportunizar a reflexão. Ele próprio deve ser objeto de
reflexão. Nesse sentido, acredito que o segredo dos documentos que estiveram
sob o poder de Paolo Gabriele certamente devem revelar um crime muito grave
praticado por Joseph Ratzinger. A mente pouco pensante do brasileiro médio
jamais poderá imaginar o quanto Ratzinger ambicionou o cargo máximo na Igreja. Qualquer
um, em consequência, deduziria que ele jamais abandonaria essa conquista se não
houvesse um motivo que o justificasse. E qual seria esse motivo? O vazamento de
documentos secretos é uma pista importante. Outra pista está na trajetória do
Ratzinger.
Saudação naxista atribida Ratzinger por Eric Fratini |
Quando li a alguns meses que o
mordomo do papa, Paolo Gabriele havia sido detido por estar de posse de
documentos confidenciais, percebi na sequência dos fatos, com o indulto ao
mordomo, que havia algo mais. Os sinais abundaram. Na verdade, na mesma ocasião
da detenção do mordomo, o presidente do Banco do Vaticano foi obrigado a
demitir-se e, na Itália circularam cartas e documentos vazados de
correspondência da alta cúpula em que as intrigas denunciavam todo tipo de
crime. O Vaticano, de fato, parece ter recuperado o sua característica enquanto
espaço de adúlteros, salteadores e pedófilos.
Mas qual seria a diferença em relação
a outras igrejas. É o próprio cristianismo que está em crise. O cristianismo se
capitalizou e como o capital não preza pelo valor humano, as denominações
cristãs ser tornaram a síntese daquilo que combatem. O inferno é o capitalismo
com sua lógica da exploração, da ganância, do lucro a qualquer preço, da
desumanidade. E é isso tudo, e mais alguma coisa do mal, que as igrejas se
tornaram. O que é o Valdemiro Santiago senão um abutre à espera da carniça
alheia? O que é o Edir Macedo? O Silas Malafaia? Todos abutres sobrevivendo da
carnagem última de almas desesperadas.
O Vaticano é um esgoto macro
cuja história demandou mais de um milênio. Mas, temos em muitos lugares
pequenas estruturas de poder encrustada parasitariamente no que chamam de
cristianismo. É a verdade foucaultiana do poder por toda parte. O Ministério
Madureira da Assembléia de Deus, e outros muitos ministérios e igrejas
funcionam com a mesma lógica da Igreja católica e o jogo de poder é tão sujo e
violento quanto. O Ministério Madureira é um feudo e está reservado um
lugarzinho no inferno para os seus mandatários.
Já dizia Raul Seixas "pois se a fé remove montanhas, também traz grana e um monte de mulheres". Essa é uma verdade universalizada no cristianismo atual. Jesus Cristo significa dinheiro em todos os sentidos. É para ter saúde e dinheiro que as pessoas procuram as igrejas e para retirar dinheiro do povo que as igrejas são abertas, ou mantidas.
Caiu em desuso o cristianismo engajado. No caso católico, a própria igreja tenta, como sempre o fez, e Ratzinger foi exemplo disso, expurgar dos seus quadros os sobreviventes da igreja latina que se identificava com os clamores do povo. Por sua vez, os pentencostais, chamados evangélicos, representam o que há de mais apático na sociedade; esperam uma solução caída do céu diretamente sobre a cabeça de alguns privilegiados, aqueles que na doutrina calvinista, estavam predestinados aos gozos manifestos da preferência divina.
Já dizia Raul Seixas "pois se a fé remove montanhas, também traz grana e um monte de mulheres". Essa é uma verdade universalizada no cristianismo atual. Jesus Cristo significa dinheiro em todos os sentidos. É para ter saúde e dinheiro que as pessoas procuram as igrejas e para retirar dinheiro do povo que as igrejas são abertas, ou mantidas.
Caiu em desuso o cristianismo engajado. No caso católico, a própria igreja tenta, como sempre o fez, e Ratzinger foi exemplo disso, expurgar dos seus quadros os sobreviventes da igreja latina que se identificava com os clamores do povo. Por sua vez, os pentencostais, chamados evangélicos, representam o que há de mais apático na sociedade; esperam uma solução caída do céu diretamente sobre a cabeça de alguns privilegiados, aqueles que na doutrina calvinista, estavam predestinados aos gozos manifestos da preferência divina.
....
ResponderExcluir..realmente este padre IVAN tem uma fama terrível, todos que passaram por este seminário em Tocantinopolis, lembra bem da figurinha, uma lenda diria...