Às vésperas do início da campanha
eleitoral deste ano o governador Marconi Perillo espalhou dinheiro aos milhões
pelas cidades do Estado de Goiás. Foram cheques e bolsas para todos os gostos e
sob todos os nomes, de bolsa universitária a cheque reforma, estima-se que o
candidato atingiu diretamente mais de 200 mil eleitores, feriu a democracia,
que aliás, em Goiás já estava enferma, mas capitalizou votos para se manter no
trono. Sob o eufemismo “pacote de bondades”, o governador Marconi Perillo, que em dias de um passado esquecido, mandou baixar o cacete em professores e
outros servidores públicos que reclamavam das condições de trabalho, deu início
a uma operação de compra de votos como eu jamais tinha visto ou imaginado
possível.
Na área do serviço público operou-se uma
verdadeira canalhice. Jogou-se bananas a mais de 150 mil servidores. A subtração
da democracia foi generalizada –deve ser bom dispor dos cofres públicos para
manter o poder – alcançando, inclusive os estudantes, que agora passaram a ter
direito ao passe livre, reivindicação que havia motivado espancamentos e
prisões a mando do próprio Marconi em junho de 2013. Num incrível ato de
bondade o inimigo público número 1 da educação no Estado de Goiás resolveu bancar
100% dos custos de passagens de ônibus para 115 mil estudantes goianos, o que representará
um gasto de R$ 40 milhões aos cofres do governo estadual.
Mas, sobre a maioria dos servidores, como
maquiavélico que é, o governo resolveu fazer poeira sobre a sociedade, criando
o espetáculo da ilusão. Os reajustes são virtuais, embora dado o estado de
letargia geral, acreditam pobres diabos, que os benefícios sejam reais e
duráveis.
Uma breve reflexão ajuda a entender a
dimensão do problema.
Os inimigos da educação têm nomes. |
O caso da UEG, a filha prostituída, é
mais grave. O aumento, dos professores foi parcelado em 3 vezes. A 1ª parcela,
de 6,67%, para dezembro de 2014; a 2ª, do mesmo valor, para dezembro de 2015 e
a 3ª, também de 6,67%, em dezembro de 2016, condicionados, os referidos
reajustes, ao aumento real das receitas do Estado. O que significa, ignorando
esse mecanismo de controle expresso sob a viabilidade de receita, quando
calculado o acumulado da inflação anual, nada em valores reais. Mas, aos
diretores de Campus, por submeterem-se ao fidelitatis como condição sine quo
non para a posse ao cargo, embora eleitos quase todos por suas respectivas
comunidade acadêmicas, concedeu-se aumento imediato de quase 50%. Para os professores,
como o governador não tem palavra, e para ele não há Lei, a única garantia é de
perdas quando calculado o acumulado da inflação entre 2014 e 2016. A única
coisa positiva a se dizer nessa questão, por demais obscura, é que conhecendo
os diretores como agora os conheço, também não há nenhuma garantia de
fidelidade eleitoreira ao governador.
O governador Marconi Perillo, segundo o tribunal de contas do Estado, gastou 448 neste seu terceiro mandato, 448 milhões com publicidade. No mesmo período, o governador investiu 108 milhões apenas em educação. O governador gasta 4 vezes mais com propaganda. Isso prova, agora que sua vitória eleitoral é dada como certa, que mais importante que fazer, é propagandear. Assim como, numa sociedade corrupta, dinheiro compra tudo, inclusive votos.
O governador Marconi Perillo, segundo o tribunal de contas do Estado, gastou 448 neste seu terceiro mandato, 448 milhões com publicidade. No mesmo período, o governador investiu 108 milhões apenas em educação. O governador gasta 4 vezes mais com propaganda. Isso prova, agora que sua vitória eleitoral é dada como certa, que mais importante que fazer, é propagandear. Assim como, numa sociedade corrupta, dinheiro compra tudo, inclusive votos.
Aos servidores da insegurança pública, o
Estado ciente de que precisa mais deles de que dos professores, propôs aumentos
na seguinte ordem 18,50% em dezembro de 2014 –só ai já quase o total dos
aumentos somados dos professores; 12,33% em dezembro de 2015; 12,33% em
dezembro de 2016; e 12,33% em dezembro de 2017. Total, 55,49% de aumento.
Na saúde, outro setor insignificante na
visão do governador, reconheceu-se a progressão de carreira, e aos valores
cumulativos para essa progressão chamou-se, na mídia marconista, de aumento
salarial.
Outros setores foram beneficiados, mas se o leitor fizer uma boa análise perceberá que o governador concedeu aumento real à máquina que ele realmente precisa, para se eleger e para se manter no poder. Ele precisa da polícia funcionando como milícia, precisa do judiciário subserviente e precisa de todos os cargos de chefia como extensão do seu mandonismo.
Outros setores foram beneficiados, mas se o leitor fizer uma boa análise perceberá que o governador concedeu aumento real à máquina que ele realmente precisa, para se eleger e para se manter no poder. Ele precisa da polícia funcionando como milícia, precisa do judiciário subserviente e precisa de todos os cargos de chefia como extensão do seu mandonismo.
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