Desde que Sérgio Buarque de Holanda escreveu sobre as raízes do Brasil já correu muita sacanagem entre os raízes, caule, folhas e flores. A mais nova, dessa pátria prostituída é a decisão de tirar do cargo, em nome da Democracia, quem não governou bem porque beneficiou os grupos mais pobres.
A verdade sobre o Impeachment da Dilma, independente da queda ou não, é que ela e o grupo que a representa, além corrupção corriqueira, incorreram em duas outras faltas gravíssimas. Primeiro fizeram política voltada para as classes mais pobres e, segundo, ela é uma mulher.
Qualquer observador notará que não se fala em corrupção da presidenta. O que se põe, às vezes de forma escancarada, é que ela não serve para governar porque é mulher. Ser mulher é o pior defeito da Dilma, daí que, sem dúvida alguma, estamos lidando com uma questão de gênero, mais que de qualquer outra coisa.
Em segundo lugar, é preciso considerar o ódio que as elites desencadearam. Não se criticam ideias ou ações. O que se condena, quase sempre de modo muito sútil, é o passado. Mas não porque ele foi faltoso, faltoso foram todos os políticos, porque a própria matéria prima da política, as pessoas, é o que se tem de pior na política. O que condenam foi a ascensão dos pobres. Isso é intolerável.
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