Publiquei, recentemente, um texto sobre a epidemia de chikungunya. De fato, há esse problema grave. Todavia, os males do corpo constituem parte de um fenômeno maior cuja síntese é a morbidez da própria sociedade brasileira.
Sobre os males do corpo, como se sabe, não há interesse público em definir suas dimensões. Mas, esses males revelam outra faceta, a de uma sociedade que perdeu a alma.
Algumas pessoas consideram plausível que, num universo de miseráveis, se possa deixar de investir em saúde quando encontra-se em ressurreição, em outros lugares, um passado medieval.
O caso da febre amarela é exemplo claro de como a doença do corpo é parte também dos males do espírito. Alguns estudos têm indicado que a proliferação dos mosquitos se deu na mesma região atingida pelo desastre ambiental de Mariana, mas o nosso Estado, condescendente, silencia o fato. E a boa sociedade brasileira permanece muda.
Assim, vivemos de desastre em desastre tomando os desastre, seja das epidemias ou das irresponsabilidades das grandes empresas como dados naturais ou acidentais.
O próprio Temer considerou acidental a letargia do Estado no caso dos presídios.
A sensação que tenho é que esse poço não tem fundo.
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