Imagem da Escola Municipalizada Guilherme Dourado, em Imperatriz |
Ficou
público, recentemente, o caso da demissão de uma professora em função d
exposição que ela fez das mazelas da escola em que trabalhava. O Brasil inteiro
pareceu indignado, e por isso muita gente quis comentar o episódio. Já vi
opiniões de todas as naturezas, inclusive a opinião do secretário de educação
de Imperatriz, Zeziel Ribeiro da Silva, e da professora, Uiliene Araújo Santa
Rosa. Maquiavelismo, inocência e alienação é o que parece permear boa parte dos
discursos, principalmente o discurso de populares.
A
professora Uiliene parece ser muito inocente acreditando que não haveria
represálias à sua atitude. Todos nós sabemos que o ambiente educacional é o
mais retrógado que se possa imaginar. Ela é de uma inocência tal que chega a
questionar a nossa “democracia” pois, no ponto de vista dela, se estamos numa
democracia é lícito que exponha seu ponto de vista. Quanta inocência!
Ficou
noticiado que a professora Uiliene Araújo Santa Rosa, de 24 anos, foi afastada
e teve seu contrato com a prefeitura de Imperatriz rescindido em função das
suas postagens.
Usuários do facebook continuam "indignados". |
Pois
bem, para começar, uma das desgraças da educação é exatamente a politicagem. Foi
a politicagem que a contratou, foi a politicagem que a demitiu e foi a politicagem
que a readmitiu. Tudo politicagem. Acredito que para haver uma educação
autônoma, deveriam haver professores autônomos, e isso pressupõe professores
habilitados à aprovação em concurso público. Sou terminantemente contra o
excesso de contratos temporários na educação. Essa a peste que grassa na
educação de todos os municípios do país.
A
professora Uiliene se ressente da indiferença que lhe foi dispensada pelos
colegas após a publicação das fotos. Essa é outra miséria. Professora, uma
situação leva à outra. Quantos dos seus pares, professora, como você, não são contratos
temporários? Isso é simples, são bate-paus do prefeito porque se sentem nessa
obrigação em função de contratos com a prefeitura. Se assim não o for, existe
outro sentimento que pode justificar esse tratamento, a concepção popularizada
no Brasil de que “roupa suja se lava em casa”, o que na prática significa não
dizer nem fazer nada para que as coisas mudem.
Por
fim, a senhora não foi punida pela publicação das fotos. A senhora foi punida
porque não leu na cartilha do coronelzinho da sua cidade, Imperatriz.
Professora, professora, o que é um contrato temporário senão uma velha forma
coronelista de manter muita gente na linha pelo método do “toma lá da cá”? Quantas
pessoas, professora, na sua cidadezinha, não já lhe consideraram uma pessoa “má
agradecida”?
Enfim,
sou solidário com sua causa. Acho que todos devemos fazer alguma coisa. Mas também
sou contra a sua condição de trabalho, contrato temporário. Professora, estude.
Professora leia. Professora faça jús a esse título tão nobre que estou lhe
adjetivando, professora. Sim, professor/professora, na minha opinião é um adjetivo,
não termo identificativo de uma profissão. Professora, estude e seja uma
professora da forma como prevê a lei, a partir de concurso público de provas e
títulos.
Mais um belo artigo, com precisas reflexões .... professor da mais alta qualidade esse Moisés ...
ResponderExcluirGJCS
prof. aproveitando o canal de comunicação ,mas se tratando de outro assunto:
ResponderExcluirGostaria de matar uma curiosidade sobre um personagem piraqueense, Se for possível, sinaliza, que eu mando sobre minha curiosiodade. valeu!
Sim, sabendo sobre o personagem da sua curiosidade, me disponho a responder.
ResponderExcluirobrigado pela disponibilidade .... No final dos anos 90, através de seu neto, conheci um lendário senhor .... que diziam ser muito bravo etc ...
ResponderExcluirUma figuraça .... prof. quem foi Raimundo Adão?
Um abração , valeu!
GJCS