Conheci
o Cabo Hélio no final da década de 1990 quando, seminarista da Diocese de
Conceição do Araguaia, estudava filosofia no IPAR, em Belém. Foi através do
Milenildo, um seminarista da região do Tapajós, cujo pai falecido havia sido PM,
que ouvi falar do Cabo Hélio. Naquele momento, no entanto, a sociedade paraense
também conhecia esse policial que, pondo seu emprego em risco, fez greve de
fome para defender a sua classe. Foi expulso da corporação exatamente por ser cidadão.
Dez
anos depois conseguiu ser reintegrado, e continuou militando em favor de
melhores condições de vida para os policiais militares do Pará.
No
dia 07/11, já com a patente de sargento, Antônio Hélio Pereira Borges, o
conhecido Cabo Hélio, ao tentar impedir a fuga de bandidos que haviam
cometido um assalto no centro de Belém, foi baleado no pescoço. A sua esposa, também
alvejada pelos criminosos morreu no local. O sargento, levado ao hospital em
estado grave, teve óbito declarado no último dois dias depois, em 09/11.
Eu,
depois de tantos anos que deixei Belém, e já morando há algum tempo em
Uruaçu-GO, fiquei triste em saber dessa tragédia pelo noticiário. A polícia
militar costuma ser muito criticada, inclusive por mim. No entanto, o cabo
Hélio era um desses caras que inspiram o bem e que, acima de tudo, era um
cidadão. Tenho amigos que são bons policiais, talvez por isso sei que existem
esses caras que dão exemplo, e às vezes, dão a vida.
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