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quarta-feira, 22 de maio de 2013

ULTIMAS NOTÍCIAS SOBRE A GREVE DA UEG: INFORMATIVO DO PROFESSOR RENATO COELHO


Pessoal, através dos relatos dos colegas pertencentes à comissão de negociação (ei não faço perte) escrevi um resumo da mesma abaixo. Me corrijam os colegas, caso tenha algum equívoco:

Nesta segunda-feira (20/05) foi realizada na Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado de Goiás (SECTEC) a reunião da comissão de negociação do Movimento Mobiliza UEG com o secretário Mauro Fayad da SECTEC. Antes mesmo da realização deste encontro com o secretário no palácio do governo, ocorreu uma produtiva reunião entre professores, alunos e funcionários na Eseffego, onde foi frisado que a comissão de negociação possui caráter executivo, ou seja, não deliberativo, tendo a incubência de apenas levar as propostas ao governo e trazer as contra-propostas a serem discutidas e votadas em assembleia geral, que será  realizada na próxima quarta-feira (22/05) às 10h00 na Eseffego. A comissão foi representada por 6 pessoas integrantes do Movimento Mobiliza UEG, composta por professores, alunos e funcionários técnico-administrativos da universidade.  

Junto com o secretário de governo Mauro Fayad, também estava presente o reitor Haroldo Reimer. A primeira ação da comissão durante o debate na mesa foi a apresentação das reivindicações do Movimento Mobiliza UEG onde os itens foram explicados um a um ao secretário e ao reitor. Durante a exposição das reivindicações pela comissão, foram exigidas o cumprimento de todas as reivindicações (com exceção da número 10 - último item), e de forma a atender a construção da pauta unificada (alunos-professores-funcionários). O secretário Mauro Fayad pretendia terminar a reunião ainda no terceiro item das reivindicações, não demonstrando muito interesse pelo assunto, dizendo que somente aquelas quatro primeiras reivindicações lhe foram apresentadas pelo reitor anteriormente. Entretanto, a comissão insistiu para que fossem lidas, ouvidas e discutidas todas as demais, até que ao final foram apresentadas todas as reivindicações do movimento.

A comissão de negociação reiterou a necessidade de discussão direta com o governador Marconi Perillo, sem a mediação do reitor da UEG, já que a solução dos problemas da UEG são da responsabilidade direta do próprio governador, não sendo da auçada da reitoria. Mesmo assim, o reitor Haroldo Reimer insistia o tempo todo em chamar a responsabilidade para si, tentando a todo custo blindar o governador e desviar o foco das conversações, obliterando assim  as negociações com o governo.

Hoje a tarde no coreto, faremos uma nova pré-reunião aberta a todos alunos, funcionários e professores da UEG para acertar os últimos detalhes para as conversações agendadas  para a reunião com o governador Marconi Perillo, hoje  (21/05) às 17h30 no Palácio Pedro Lidovico Teixeira.

 Por Renato Coelho


domingo, 5 de maio de 2013

DE QUEM É A GREVE NA UEG


Greve de alunos não é apenas uma falácia jornalística.
Conheci a UEG em 2004, quando ingressei como aluno no curso de História da Unidade de Uruaçu. Da minha parte, vindo de um curso de filosofia de excelente qualidade, embora na clausura de um seminário católico, havia todo aquele ímpeto do recém ingresso na Universidade. A realidade, no entanto, contradita terrivelmente com minhas expectativas. Hão de saber os colegas, e os leitores do meu blog -www.amigodahistoria.blogspot.com - que apaixonado pela leitura, enquanto egresso de um curso de filosofia, o espaço da universidade não podia ser outro senão do debate, da criação, da reinvenção, enfim daquilo que se pressupõe seja a universidade. Mas, ainda no primeiro ano por muitas vezes sustentei a tese, em alto e bom som, que a UEG não era uma universidade.

Naquele mesmo ano, 2004, contra o parecer do Conselho Universitário e de toda a máquina da UEG, por força de uma ação judicial, consegui frequentar, como aluno regular, outra licenciatura na UEG, pedagogia parcelada em Niquelândia. E lá foi que vi, aproximadamente, as dimensões do câncer encrustado na UEG, e às vezes se confundindo com ela. 

Sim, se trata de um câncer. E como os colegas, e os leitores do blog, sabem o câncer é uma doença crônica. Pois bem, desde 2004 percebo algumas alterações nesse corpo doente, mas a visibilidade da permanência do mal é latente. Problemas dramáticos constituem os menores desafios à realidade da UEG. Nesse sentido, a biblioteca é uma piada, a internet tem velocidade similar à antiga internet discada mas estes ainda são probleminhas se considerados com danos estruturais.

Dentre os danos estruturais de maior monta quero eleger dois. A situação dos contratos temporários - que na verdade são mais permanentes que os servidores efetivos, já que sequer estão submetidos a qualquer tipo de avaliação - e a questão da pesquisa e da extensão na UEG.

Ainda na condição de discente percebi que o contrato temporário é uma desgraça para a UEG. Antes da ira, leiam o meu argumento por inteiro. Pois bem, é muito recente as seleções simplificada para contrato temporário na UEG. Antes disso o principal critério era exatamente a incompetência para ser professor. Sim, se entendermos o compadrio como um mal, e a história mostra isso muito bem, então devemos deduzir a incompatibilidade desse cargo emanada dessa relação. No Brasil, com é sabido, muito raramente alguém é indicado para qualquer cargo público em função de sua competência. O ingresso era errado. A perpetuação desse contrato, mais errada ainda. 

Existem muitos professores contratados que são bons professores, principalmente os contratados mais recentemente. No que diz respeito aos mais antigos, a formação nunca foi critério. E se a formação, e consequentemente a produção acadêmica, não era um critério, então, qualquer outro critério deixa de ter validade, considerando a natureza da função e o espaço de exercício dessa função.

Mas, esses servidores também são vítimas. Um Estado marconista não sobreviveria sem eles. É, portanto, um jogo de mão dupla. Muita gente se sente bem na posição em que está e prefere mesmo que não se faça concurso público. No que diz respeito a alguns setores e a algumas unidades, a UEG tem sido cabide de emprego. Em Anápolis mesmo, um batalhão de pessoas para quê? Servidores concursados representaria uma estabilidade perigosa para o Estado, de modo que a manutenção de um quadro preponderante de temporários alimenta o equilíbrio fundado na mistura de incompetência com decadência.

Lamento muito a generalização. Não é proposital. Mas quando se fala em servidores temporários, é muito difícil separar o joio do trigo. Talvez seja por isso que quase ninguém se arrisca a tocar nessa questão. Mas eu estou disposto a falar. E aí, talvez para desviar um pouco das pedras, faço uma distinção clara: uma coisa é a realidade de Uruaçu, e de muitas Unidades que também têm servidores temporários, outra coisa é a realidade de Niquelândia, tornada Unidade sem um único servidor concursado ou de Goianésia que no último concurso se negou a indicar vagas para o certame. É contra esse tipo de situação que me rebelo.

Quanto à pesquisa e extensão existem duas questões fundamentais que gostaria de sintetizar num caso específico. A UEG lançou uma peça publicitária recentemente - que eles chamam de jornal da UEG, mas que é uma peça para a promoção da imagem do reitor até as próximas eleições - bom, nós, da Unidade de Uruaçu, gostaríamos de ter recursos para a produção científica. A nossa Unidade tem insistido na possibilidade de uma revista, mas isso não é importante.

Somente esse quadro exposto torna inteligível uma greve de alunos, quando deveria ser de servidores. E essa vergonha vejo desde 2004. O apoio dos alunos, como disse numa assembleia da minha Unidade, é imprescindível, mas a greve só será deles quando eles forem servidores, seja em que área for. O que justifica esses recortes da mídia? O que justifica essa troca de papéis? A covardia.

Falta ao quadro da UEG, contratados e efetivos coragem, personalidade, vergonha e, acima de tudo, aquela ética de que fala Paulo Freire. Os alunos funcionam como escudo porque ninguém quer se expor. Isso sim é vexatório. E isso ocorre desde sempre.

O que eu penso? Sim, defendo a greve. Mas, apoiada pelos alunos, a greve deve ser dos servidores da UEG, de todos eles.

sábado, 27 de abril de 2013

A UEG EM GREVE

Sempre cuidei para não alienar-me. Na UEG, contudo, esse risco é sempre recorrente em função das circunstâncias em que se dá o trabalho docente. E terminou que fui pego de surpresa na noite do último dia 26 de abril com a notícia de que a UEG estava em greve.

Esse fato impõe a necessidade de reflexão. Para estruturar meu colóquio, preciso remontar alguns fatos:

Quando fui aluno da UEG, entre 2004 e 2008, os problemas já eram os problemas de hoje, e as reclamações naquele momento, constavam de uma lista antiga para a qual o tempo não apresentou nenhuma solução.

Naquele tempo já dizia, em alto e bom tom, sobre a minha convicção de que a UEG ainda não era uma Instituição de Ensino Superior. E continua, de acordo com a regulação do Ministério da Educaçao, não sendo uma IES. Senão vejamos:

A UEG, em algumas unidades/campus, a exemplo de Niquelândia, não tem sequer um único servidor efetivo do seu próprio quadro. Na maioria dos cursos falta a formação mínima exigida pelo MEC ao quadro docente. As bibliotecas e o acesso à internet são verdadeiras piadas. Falta espaços físicos importantes como auditório, que funcionam em salas de aula com plaquetas nos umbrais em que se inscrevem "mini-auditório" cujo espaço não comporta quarenta pessoas.  

Em setembro de 2012, passando pela Unidade Universitária de Uruaçu, por ocasião da sua campanha à reitoria da UEG, único momento em que os reitores visistam as unidades, o atual Reitor Haroldo Heimer me impressionou com a lucidez do seu discurso. Interpelado sobre os problemas estruturais da universidade, ele disse que determinadas conquistas cabiam aos professores num processo de luta coletiva. Tudo bem que a fala não se fez nestas palavras, mas o sentido era exatamente esse.

A UEG não tem sindicato, e é, penso, até melhor que não tenha porque o modelo de sindicato da educação aqui em Goiás, cito o SINTEGO, é uma desgraça completa. 

Mas, não existindo o Sindicato, até que ponto um movimento autônomo consegue articular a participação engajada, tão necessária ao movimento reivindicatório? Concordo com o professor Edmilson, colega da Unidade de Uruaçu por cujas idéias e vida tenho apreço, que defende essa autonomia. De fato, os Sindicatos representam sempre uma negociação excusa com o patrão e não raras vezes, como é o caso do SINTEGO, constitui um tranpolim para algum cargo político às custas da alienação dos filiados. 

Todavia, foi por não existir a articulação que a liderança possibilita que fiquei sabendo da existêncai da greve somente dois dias depois de deflagrada.

Peça publicitária da atual reitoria. A que custo?
Como o governo quer tratar isso? Quer tratar ao modus operandis perillo, ou seja, com cachorro e com polícia. Aliás, o presidente da AGANP, Joevalter Correia declarou, representando o governo, que irá cortar o ponto dos grevistas, prática comum do modus operandis perillo. Da parte do Reitor Haroldo Reimer, que a bem da verdade tem seguido a mesma linha dos seus predecessores, a saber, a criação de uma imagem pública em vistas às próximas eleições ao legislativo estadual ou ao executivo de Goiânia ou Anápolis, disse que não foi comunicado das reinvindicações dos grevistas, como se ele não recebesse, cotidianamente, tais reivindicações.

A luta não está iniciada porque ela sempre houve. Apenas um pequeno grupo luta, mas numa sociedade heterogênea, em relação a interesses, isso é inteligível. Muitos preferem o comodismo escandaloso, como o que há em Goianésia onde, onde a UEG é tratada como patrimônio pessoal ao ponto de recusarem disponibilizar vagas para concurso público. 

Há muito do feio na UEG. Mas a esperança, corporificada pela luta, como o monstro que deve emergir da lagoa, é o que existe de mais bonito. E issa é a antítese da conformidade e dos ninchos de poder e comodismo dentro da instituição.

Os que dizem que defendem a UEG também podem ser seus inimigos. Me causa estranheza que a reitoria atual cuide tanto da sua imagem pública. Me revolta a instrumentalização da UEG com vistas a fins eleitoreiros. Me enoja a política do Marconi, como tenho náusea do conformismo da ala paritária da UEG.