quinta-feira, 15 de março de 2018

VEREADORA MARIELLE FRANCO (PSOL-RJ): VÍTIMA DO BATALHÃO DA MORTE?

a violência levou quem lutou contra a violência
A vereadora Marielle Franco do PSOL-RJ, quinta mais votada nas eleições municipais carioca, foi assinada nessa quarta feira, 14/03/2018. 

Era uma firme lutadora pelos direitos dos pobres, das comunidades cariocas. Era uma negra que se reconhecia negra, com todas as implicações disso. 

Era firme na luta contra a violência policial, que por fim, lhe alcançou.

Um dia antes a vereadora havia, comentando o assassinato do jovem Matheus Melo pela polícia, criticado a violência policial no Rio. Marielle chegou a nomear de "Batalhão da Morte" o 41 Batalhão da PM no Rio de Janeiro. 

Era uma lutadora e pagou o preço.

Não tenho nenhuma dúvida de que se a investigação for séria irá dar naqueles que recebem armas, coletes e salários para "servir e proteger".

Enquanto a Globo, e demais veículos de comunicação, tentam vender o projeto vampiresco de Michel Temer, de um enfrentamento da violência que estaria dando certo, a morte da vereadora Marielle demonstra, cabalmente, que o Rio de Janeiro continua o Rio de Janeiro.

Que a morte dessa guerreira não seja em vão.

quinta-feira, 8 de março de 2018

CHUVA DE HONESTIDADE

Por Flávio Leandro

Quando o ronco feroz do carro pipa,
Cobre a força do aboio do vaqueiro
Quando o gado berrando no terreiro,
Se despede da vida e do peão
Quando verde eu procuro pelo chão,
Não encontro mais nem mandacaru
Dá tristeza ter que viver no sul,
pra morrer de saudades do sertão.

Eu sei que a chuva é pouca
e que o chão é quente
Mas tem mão boba enganando a gente,
Secando o verde da irrigação
Não! Eu não quero enchentes de caridade
Só quero chuva de honestidade
Molhando as terras do meu sertão.

Eu pensei que tivesse resolvida
Essa forma de vida tão medonha
Mas, ainda me matam de vergonha
Os currais, coronéis e suas cercas
Eu pensei nunca mais sofrer da seca
No nordeste do século XXI
Onde até o voo troncho do anum
Fez progresso e teve evolução.

Israel é mais seco que o Nordeste
No entanto se investe e tem fartura
Dando força total à agricultura
Faz brotar folha verde no deserto
Dá pra ver que o desmando aqui é certo
Sobra voto, mas falta competência
Pra tirar das cacimbas da ciência
Agua doce que regule a plantação.

domingo, 4 de março de 2018

O MELHOR DE WILLIAM BUTLER

AEDH DESEJA OS TECIDOS DOS CÉUS


Mas eu, sendo pobre, tenho apenas os 

meus sonhos.

Eu estendi meus sonhos sob os teus pés

Caminha suavemente, pois caminhas 

sobre meus sonhos.

sábado, 3 de março de 2018

NIQUELÂNDIA-GO: A CRISE QUE NÃO ACABA

Praça central de Niquelândia.
Niquelândia já foi uma das mais promissoras cidades do Estado de Goiás. Entre 2005 e 2006, por ocasião da elaboração do Plano Diretor do município, fez-se um levantamento das potencialidades econômicas do município que, já à época, apontou-se que ia muito além do Níquel. Piscicultura, turismo ecológico e religioso pareciam as alternativas mais viáveis. Apesar disso, a partir de 2008, no bojo da crise do minério, o Município mergulhou numa decadência profunda da qual não consegue sair. Que a cidade dependia quase exclusivamente do minério é fato. Mas, o problema vai muito além disso.

O primeiro problema de Niquelândia, e o principal, é político-administrativo. A prefeitura, que deveria gerir os poucos recursos públicos garantindo à população a manutenção de serviços básicos, como saúde e educação, tem sido, principalmente a partir das primeiras gestões do prefeito Luiz Teixeira, cabide de emprego e fonte de riqueza para os amigos mais próximos do prefeito, além das duas rádios da cidade.

Cabide de emprego, a prefeitura tornou-se uma empregadora maior que sua capacidade de empregar, na maioria dos casos, sanguessugas que ocupam cargos apenas para receber salários. O pior dessa tragédia é que não foi política exclusiva de um prefeito, mas de todos que, sobretudo a partir de 2.000, ocuparam o palácio do Níquel.

Aprofundou a crise a gestão de um grupo de moleques que assumiram a prefeitura para prostituir os cofres públicos e as mulheres da cidade, também pagas com dinheiro do povo, que naquele período começaram a receber pagamentos com atraso ou não receber.

A situação nesse início de 2018 parece ter chegado ao seu limite. Os funcionários públicos, à beira da fome, vagam pelas ruas em passeatas de poucos resultados. A prefeitura, ao mesmo tempo em que repete velhas justificativas, continua privilegiando apaniguados.

O problema de Niquelândia é de gestão. A solução, portanto, é também de gestão. Não virá, no entanto, sem dor. É preciso reduzir o tamanho da máquina pública, o que requer a demissão de todos os temporários, sem qualquer exceção. 

Conheço o atual prefeito, Valdeto Ferreira, e até acredito que ele possa ter boas intenções. Mas, se quiser ajudar Niquelândia precisará ter força de caráter para priorizar o povo, o que requer o abandono das velhas práticas de apadrinhamento, inclusive das relações promíscuas com os meios de comunicação local. É preciso ir além da canalhice que tem caracterizado a política no município.

É importante que esse povo que sofre agora tenha consciência de que esse sofrimento é o resultado exclusivo das escolhas que têm feito. Há quanto tempo velhas raposas são eleitas e reeleitas em Niquelândia? O povo precisa ter vergonha na cara, o que se sabe até agora, isso o povo de Niquelândia não tem. 

Sou meio niquelandense, então desejo que meu povo encontre o caminho. E quando encontrarem, percorram.

MINHA ESPECIALIDADE É MATAR

"Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você", esse é um dos aforismos nietzschiano que melhor traduz o momento político-econômico que atravessamos no Brasil.

Para a imprensa brasileira a "grande notícia" sobre a passagem de um pré-candidato à presidência da República do Brasil em viagem pelo Japão, foi a histeria da multidão que o recebeu no aeroporto. Mas tarde vi um vídeo de uma reunião, ainda no Japão, em que esse pré-candidato foi questionado sobre como simplificar a burocracia para o pequeno empresário brasileiro, questão de política econômica. A resposta, depois de dizer que não entendia de economia foi, literalmente "[...] assim como não entendo de medicina; minha especialidade é matar" . [conforme link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=Di8XFcBwd-s, observe o que diz a partir de 40 minutos de gravação]. Esse mesmo discurso já tinha sido feito pelo pré-candidato à presidência quando da sua passagem por Porto Alegre, como noticiou, à época, o jornal Folha de São Paulo [edição de 29/06/2017]. Não vemos mais o abismo porque já estamos no abismo. Não há mais o que ver, a não ser a saída. 

O homem cuja única especialidade declarada é matar apresenta-se como pré-candidato e, além de segundo colocado nas intenções de voto no país, é o primeiro colocado no Estado mais populoso do Brasil, São Paulo.

Além do abismo que produziu, desde o processo colonizador, os privilégios de alguns sustentados pela miséria de muitos, vivemos agora a crise daquilo que nos distinguia dos demais animais, a humanidade.

Sim, embora a face mais visível da crise que atravessamos no Brasil seja político-econômica, a essência da crise está nos valores humanos, postos em cheque não só nos discursos de ódio, mas também nas políticas de Estado, pautadas num processo brutal de desumanização dos mais fracos. Há uma espantosa recepção aos discursos de ódio que, por isso, proliferam e se transmutam em práticas, também de ódio como está sendo o processo de intervenção no Rio de Janeiro. O ódio, no Brasil, mas não só no Brasil, como prova o resultado da última eleição norte americana, tornou-se recurso preponderante na engrenagem política de captação de votos. Agora o ódio serve até como recurso de marketing para a imagem de um golpista decrépito.

O ódio, no momento, tem sido o melhor recurso discursivo na corrida presidencial.

O que se pode ver para além do abismo são as perspectivas de um projeto educativo - e tem sido essa a minha luta - em que, ao mesmo tempo em que se ensina a pensar, se ensine também a amorosidade pelo outro e pelo mundo.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

O PROFESSOR NÃO SABER O QUE ENSINA É TRISTE. MAS NÃO TER CORAGEM DE ESTUDAR É TRÁGICO.

Tenho muitas angústias com o sistema público de ensino. Mas, não apenas com o público, a banalização da mercadoria-educação também é uma tragédia. Entre os muitos fatores que produzem essa angústia, a destruição do futuro da juventude por professores incompetentes e preguiçosos é a desgraça que dói mais.

No Estado do Pará, professores com licenciatura em Pedagogia, ou seja, formados para as generalidades da educação infantil, estão sendo contratados para ministrarem aulas de filosofia e Sociologia no Ensino Médio. Pedagogos da UNOPAR, UNIASSELVI e outras  insignificâncias acadêmicas a desgraçar a juventude paraense.

Estes professores, pela própria natureza do curso de Pedagogia, não estão preparados para a tarefa que lhe atribuem. E isso, para a maioria deles, não tem qualquer relevância, vez que importante é estufar o "pé de meia", especialmente quando se tratam das boas gratificações do Sistema Modular de Ensino. Para o Estado é a massa docente ideal; porque de um lado, a educação das classes populares é um luxo subversivo, e do outro, tratam-se de professores desligados e descomprometidos com a realidade em que atuam. 

Estudar, para grande parte destes professores, não é um projeto porque biqueiros, se sabem docentes do momento, com um contrato precário e temporário, noutro momento, vendendo banana na feira, ou em qualquer outro bico, tão despretensioso quanto ensinar o que não sabem. 

O que me revolta não é a ignorância destes colegas. Isso, embora grave, tem remédio. A professora, de filosofia por exemplo, poderia utilizar o livro didático para um estudo mínimo do conteúdo de aula. O estudo poderia ser um caminho minimizador de danos. Mas, infelizmente, a ignorância quase sempre é acumulada com a indolência.

Pior que não saber é fazer da ignorância instrumento de trabalho. Sim, o professor que não sabe o que ensina, ensina o que não sabe.  E isso, geralmente, é o que acontece quando se põe uma pedagoga ou um pedagogo para ensinar filosofia.

Eu precisava dizer isso.

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

ANETTE, A CINDERELA CAMPONESA - A FOME MEDIEVAL

A popularização dos contos, em todas as sociedades e tempos, decorre dos valores ou da capacidade da narrativa de repercutir o contexto do seu enredo. Dito de outra forma, as narrativas precisam ter significância para o público leitor. É nesse sentido que o conto A Pequena Anette é constitui uma das mais ricas narrativas populares sobre a sociedade medieval. Seu pano de fundo, a fome. E, embora não fosse a fome o único problema de uma sociedade que era, essencialmente, medrosa, doente e atolada na superstição religiosa, a carência alimentar já diz muito.


A jovem Anette, órfã, vivia juntamente com a madrasta e suas filhas. Anette alimentava-se com um pedaço de pão por dia dado por sua madrasta. A menina ficou magrinha pela má alimentação. Já as filhas da madrasta se alimentavam por dia com carne de carneiro e muitos outros deliciosos alimentos, enquanto a garota órfã trabalhava no campo e ainda lavava as vasilhas sujas das refeições que não fazia.

Num belo dia, a situação da menina órfã mudou, a pequena Anette recebeu da Virgem Maria uma varinha mágica que produzia um enorme banquete quando tocada em uma ovelha negra. Rapidamente, Anette foi ficando gorducha, de acordo com o seu desejo, pois a pequena jovem estava aderindo aos padrões de beleza da Idade Média (nesse período, o padrão de beleza feminino era a mulher com peso avantajado).

Com Anette engordando através da mágica, logo sua madrasta descobriu o segredo e mandou matar a ovelha negra. O fígado da ovelha foi oferecido à Anette, que o enterrou sem o conhecimento da madrasta.

A órfã, após ter enterrado o fígado, se surpreendeu, pois no local nasceu uma árvore enorme que ninguém conseguia pegar os frutos. Somente Anette se alimentava dos frutos daquela grande árvore, que abaixava os galhos para a menina alcançar as frutas.

Com o passar do tempo, um príncipe guloso fez a promessa de se casar com a pessoa que conseguisse colher os frutos. Como a árvore obedecia somente à Anette, a menina colheu os frutos para o príncipe, que se casou com a jovem e eles viveram felizes para sempre.

A camponesa órfã ascendeu à nobreza, ganhou regalias e ficou isenta do pagamento dos impostos. No entanto, essa ascensão social camponesa na Idade Média era praticamente inviável, somente possível nos contos.

quinta-feira, 31 de agosto de 2017

FILME OPERAÇÃO LAVA JATO - A LEI É PARA O PT

Estreou, com grande cobertura da imprensa brasileira, o filme operação lava jato, a lei é para todos. Na plateia, com direito a tapete vermelho, estava Sérgio Moro, o grande herói aecista; dizem, aliás, que o tapete havia sido pensado para que Moro e Aécio Neves entrassem de mãos dadas.

A Lei é para todos!? Piada! Pra começo de conversa a PF é a polícia branca para a elite criminosa desse país.

À exemplo de Lula, filho do Brasil, nesse caso sem cobertura, a produção cinematográfica dos federais brasileiros é apenas expressão de um cinema medíocre que se esforça por retratar instituições e personagens de uma nação que faliu moral, ética e socialmente.

O grande questionamento que faço é sobre o nível mental dos produtores e diretores brasileiros. São tão incapazes assim? Pobre cinema.

sábado, 5 de agosto de 2017

O DESPREZO PELOS LIVROS: BREVE REFLEXÃO SOBRE O USO DO LIVRO DIDÁTICO.

Centenas de livros didáticos amontoados num canto da escola

Enquanto centenas de livros, alguns ainda no plástico perdem seu ciclo de uso (2015-2017), alunos ficam sem livros.

O fim de um ciclo (2015-2017), a quem servirão estes livros?
No final da adolescência li uma crônica sobre um homem que, tendo conhecimento de uma obra literária – não recordo mais o detalhe sobre como a conheceu – passou a desejá-la em sua estante a qualquer custo. Impressionou-me o desfecho da narrativa vez que, depois de provocar um incêndio apenas para roubar o livro, o personagem apenas contempla a obra em sua estante sem qualquer indicação de que a leria de fato. Acredito tratar da obra a paixão pelos livros (SILVEIRA e RIBAS, 2004), mas também não tenho certeza. Certeza é que houve um tempo em que o livro, às vezes em si mesmo, além de paixão inspirava grandeza ao limite da soberba.

Mas, aquela leitura fez perceber, com mais clareza, como livros constituem expressão de um poder simbólico e, por isso, impõem certo respeito àqueles que os detêm. Desde os gregos, e especialmente com Aristóteles, os homens das letras gozavam de uma distinção quando comparados aos mortais comuns.

Mas o século XX, sobretudo no que antecedeu, durou e sucedeu às duas guerras mundiais, impôs a força, e a violência dela decorrente, como fenômeno preferencial na orientação das ações humanas. Essa situação, como bem o demonstra Hannah Arendt, em pelo menos três trabalhos (1989; 1991 e 1999), não só sobrepôs a violência ao saber, como condicionou o saber às contingências da brutalização social. Considerando a realidade brasileira e o cenário internacional a impressão é que nesse início de século XXI a coisa apenas pirou. Avançamos da força para o caos absoluto – de qualquer modo, um tempo de desprezo a qualquer forma de sabedoria.

Nesse nosso tempo não se pode dizer que exista forma mais segura de garantir a acefalia social do que retirar, na escola e através da escola, as condições de acesso ao saber àqueles que dependem dessa instituição para, por exemplo, poder conhecer um livro.

A escola tem sido o elemento fundamental do processo de desumanização. A escola, à medida que deixa de oportunizar libertação da violência, brutaliza e reproduz a barbárie cujos caos político e social são reflexos.

Como se poderia definir, senão como prática violenta, a forma como lida com livros didáticos – direitos dos alunos e alunas e amontoados às centenas no Escola Gaspar Viana – a rede pública estadual de Marabá? Essa violência equivale ao caso de remédios vencidos e descartados em hospitais públicos – e se vencidos precisam ser descartados –enquanto pessoas morrem por falta destes mesmos remédios.

De um lado, centenas de livros, que deveriam ter sido distribuídos em 2015, jazem feridos pela inoperância pedagógica que impede, do outro lado, outras centenas de jovens e adolescentes de terem acesso ao livro didático – adquirido com dinheiro público exatamente para atender a necessidade destes jovens e adolescentes.

Estive na escola para tentar conseguir pelo menos 10 livros de história do 1º ano do Ensino Médio para alunos da Vila Oziel, onde funcionam turmas de alunos desassistidos de tudo e de todos. Me disseram que deveria encaminhar um requerimento à 4ª Diretoria Regional de Ensino, 4ª URE. A indignação calou minha voz. Impressiona como a incompetência e a irresponsabilidade é competente para se escudar na burocracia e, por essa estratégia, parecer responsável!

O desprezo pelo livro supõe fracasso do processo de formação para a leitura da palavra e, em consequência, incerteza sobre a formação para a consciência e participação na transformação desse mundo, de barbárie, em alguma coisa melhor.   

Bibliografia

ARENDT, Hannah. Origens do Totalitarismo. Trad. Roberto Raposo. São Paulo: Cia. das Letras, 1989.
____. Homens em Tempos Sombrios. Trad. Ana Luisa Faria. Lisboa: Ed. Relógio d'Água, 1991.
____. Sobre a Violência. Trad. André Duarte. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1999.

SILVEIRA, Julio e RIBAS, Martha (Orgs.). A paixão pelos livros. SILVEIRA, Julio (trad.). Rio de Janeiro: Casa da Palavra: 2004.

domingo, 16 de julho de 2017

SÉRGIO MORO, O JUIZECO

Segundo a lógica do ex presidente do senado, Renan Calheiros, Sérgio Moro é um juízeco. De fato, a expressão diminutiva constitui recurso de linguagem que alude o exercício pouco honroso de um magistério que deveria ser nobre e, considerando esse aspecto, o senador pode ter razão. Do meu ponto de vista, trata-se de um infeliz cuja vaidade soçobra os anseios aqueles que, embora sejam audiência, não podem editar o noticiável no Jornal Nacional.

O Sérgio Moro, além do ódio por políticos do Partido dos Trabalhadores deixou-se seguir como fantoche dos homens de nariz grande, grupo ao qual ele próprio, dizem, é ligado. 

Moro tornou factível os dois pesos e duas medidas da nossa justiça. Observe o leitor que, se compararmos a aparência abatida de Sérgio Cabral com o aspecto robusto e arrogante de Eduardo Cunha não se poderá concluir que a vida na cadeia seja a mesma para os dois.

Embora juiz de primeira instância, o poder que lhe tem conferido a imprensa e os bandidos que estão no poder contradizem a justa relação entre a expressão juizeco o exercício da magistratura de Moro. Ele não é um juizeco, é um agente político de um grupo canalha mesmo. É o juiz que absolve a mulher de Cunha, com provas, e condena Lula, por convicção.