sábado, 7 de novembro de 2015

PREFEITA DE URUAÇU FAZ PISTA DE POUSO PARA OVNI’s NO CENTRO DA CIDADE



uma das pistas de pouco de OVNI's feitas pela prefeita

A prefeita de Uruaçu-GO, para minorar o sofrimento do povo resolveu construir duas pistas de pouco para OVNI’s no centro da cidade. Aparentemente a prefeita Solange Abadia Rodrigues Bertulino, que administra a pequena e esburacada cidade de Uruaçu, norte do Estado de Goiás, 290km da capital, acredita que os ET’s poderão trazer respostas, e talvez até solução, para a retirada da cidade do caos em que ela mesma pôs.


Na cidade quase inexiste sistema público de saúde. Quando se vai ao CAES no período noturno, mesmo quando há registro de médico plantonista na escala, é preciso esperar horas até que ele acorde. Durante o dia, o caos é generalizado.  


Recentemente houve o anúncio de liberação de uma verba milionária para pavimentação asfáltica e recuperação de pavimentação na cidade. Mas nada foi feito, exceto a pista de pouco para OVNI’s. 

A essa altura o povo de Uruaçu começa a questionar a validade das convicções, pouco convencionais, da prefeita. Existem mesmo ET’s, e se existem, poderão resolver os problemas de Uruaçu? Se chegarem no carnaval, a despeito de tudo que se apresenta como queixa, não acharão o povo feliz demais?

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

UM DIA PARA NÃO EXISTIR



Estive este ano na festa do dia das mães na creche da minha filha. Já vi muitas homenagens às mães na Universidade Estadual de Goiás, em Uruaçu. Semana passada, na creche, para comemorar o dia dos pais enviaram, através da minha filha, uma lembrancinha destas que é melhor, em respeito às minhas colegas de profissão, não adjetivar. Na UEG, silêncio absoluto sobre o dia dos pais. Enquanto pai, fui do quase descaso ao completo esquecimento.

Pode parecer que estou despeitado, acusação comum no meu currículo, mas trago a questão à reflexão porque ela, no conjunto, expressa uma concepção de pai e de mãe que estão vinculadas diretamente à questão de gênero no Brasil. No Brasil, seja na UEG, na creche da minha filha ou no bar do Jorge, prevalece a concepção de pai como função reprodutiva. Ignoram o pai porque admitem que esse papel, de zelar pelo filho, de amar e cuidar constituem atributos especificamente femininos. O pai goza dentro, depois, se for bom pai, alimenta. E nisso vejo o quanto as instituições de ensino reproduzem a sociedade circundante.

O que a sociedade brasileira produziu em cultura e ações concretas sobre a paternidade até o momento me faz concluir que eu não nasci, dentro desse padrão, para ser pai. Humanista desde minha primeira formação, seminarística, aprendi a ser solidário com as muitas mães que criam filhos sem a presença do pai. Agora pai, e professor universitário, entendo, no dia-a-dia, que o papel reservado aos filhos, na sociedade brasileira, é do pai ausente, mesmo quando ele é presente.
A paternidade é um estado pleno.
Desde que a Sofia passou do 5º mês, sempre que saio, e posso, a levo comigo. Ela vai ao meu trabalho, vai ao supermercado, vai à casa dos meus amigos, vai ao banco e vai ao barzinho. É uma companhia constante. Faço isso por duas razões: porque gosto muito de estar com ela, e porque quero compensar o tempo que passo fora de casa. Será assim também com a Olga, que agora está indo para o 3º mês de vida quando a Sofia já passa do 2º ano.

Em muitos lugares, no entanto, sou olhado com estranheza, e às vezes, com rancor. Simplesmente as pessoas não concebem que o pai possa fazer aquilo que a mãe faz. Já fui insultado duas vezes quando quis usufruir do direito de preferência por estar com criança de colo. Mas, não são apenas esses espaços que, às vezes em silêncio, me constrangem. Me impõem o cerceamento do direito de, plenamente, ser pai.

Sou um professor e tenho uma vida semelhante a de boa parte dos meus colegas, não tenho um patrimônio financeiro que possa, acelerar minha morte e gerar, talvez ainda em vida, disputas no seio da minha família. Mas, vou deixar um legado cultural para minhas duas filhas cujo valor já não consigo precisar, a biblioteca que ia se chamar Sofia, e agora precisa incluir no nome, também Olga e a minha concepção de mundo como espaço plural e da igualdade possível, inclusive a de gênero.

A paternidade tem significado muito, inclusive tem acrescido em mim sempre o desejo de ser melhor. Amo as duas molequinhas, sobretudo quando me roubam o sono e me perturbam nos estudos dessa fase tão difícil que é a reta final do doutoramento. E é por amor e respeito a elas que não quero me enquadrar nesse lugar-valor que reservaram para os pais em nossa sociedade.

sexta-feira, 12 de junho de 2015

SOBRE PROFESSORES E CATEQUISTAS



Tenho observado, especialmente no espaço da universidade, duas existências, portadoras de duas práticas, o trabalho de professores e a ação de catequistas. São práticas próximas, mas muito distintas.

O doce néctar de professores catequistas é o proselitismo
A distinção não é difícil de ser feita. Professores são plurais, catequistas, independente da temática que lhes é proposta, sempre retornam às suas pregações, único valor teórico que reconhecem.  

Ser professor requer competência teórica, didático-metodológica e ética frente ao que ensina. Ser catequista requer apenas um credo e a adoção de um catecismo, diverso na forma, mas igual no conteúdo, versando sempre sobre a mesma doutrina condenatória de certos valores em função de outros, utópicos, apenas para serem atraentes.

Professores, especialmente aqueles que atuam na formação inicial de outros professores, estão cada vez mais acuados pelas mudanças da contemporaneidade que lhes requer sempre novas competências e habilidades para lidar com o novo que se renova do nascer ao pôr do sol.

Catequistas, por serem portadores de uma doutrina perene, não sentem qualquer desafio, senão preparar os espíritos à sua mercê para o enfrentamento de um mal que, independentemente do tempo histórico, sempre é e será o mesmo, geralmente a negação daquilo que as religiões negam, mas que lhes dá fundamento, o consumismo, o modo burguês de viver, a desigualdade e outras coisas cuja percepção não depende de nenhum esforço teórico.

Professores, reconhecendo que a prática educativa não é e não pode ser neutra fazem a crítica, mas não se reservam a um único discurso por reconhecerem a pluralidade dos saberes e a relatividade da verdade.
Catequistas, como qualquer bom vigarista, são fundamentalistas, e negam, por consequência, tudo que estiver à margem dos seus escritos sagrados.

Catequistas, quando no espaço acadêmico, não se distinguem em nada de outros religiosos fundamentalistas, sejam cristãos ou muçulmanos. A história, para uns e para outros, tem um destino manifesto, a parúsia. Para o primeiro grupo seria o retorno de Cristo, doutrina do medo sempre mais reforçada a cada fim de milênio, para o segundo, o fim do capital.

Ser catequista é fácil. Ser professor não. Ser professor requer muita leitura, porque diversos os enfoques sobre uma mesma temática. Ser catequista, apenas uma bíblia simplificada através de catecismos.

O mérito dos catequistas acadêmicos é se dizerem ateus, como base de sua própria religião. Uma religião que nega a religiosidade e se funda num discurso religioso. São ateus para para poderem ter um Deus, tão barbudo quanto aqueles deuses que negam, por coincidência, também barbudos.

terça-feira, 28 de abril de 2015

GOVERNO DE GOIÁS PARCELA PAGAMENTO DE SERVIDORES ESTADUAIS: EFEITOS DOS ACERTOS DE CAMPANHA

O Governador de Goiás, Marconi Perillo, conhecido entre os educadores como Periggo, determinou que, a partir deste mês de abril, o pagamento dos servidores estaduais será parcelado em duas vezes. A primeira parcela ocorrerá no último dia útil e a segunda no quinto dia útil. 

Essa novidade é, na verdade, parte do acerto de contas de quem fez muitas contas para poder eleger-se governador do Estado.

Ao que tudo indica, a primeira grande conta a ser quitada foi com o grupo JBS, a quem o governador beneficiou com a Lei Friboi, Lei 18.709/2014, preparada no silêncio dos feriados, recessos e pontos facultativos de final de ano, em 29 de dezembro de 2014.

O GOVERNO DE GOIÁS ISENTOU O FRIBOI, MAS NÓS VAMOS PAGAR ESSA CONTA
Essa Lei teve eficácia de apenas 3 dias. Tempo suficiente apenas para que o grupo JBS pudesse beneficiar-se da maracutaia acertada com o governador, dizem uns pagamento pela da candidatura de Júnior Friboi, dizem outros financiamento de campanha. 

Certo é que a Lei permitiu que JBS renegociasse sua dívida com o Estado deixando de pagar a bagatela de 1 bilhão de reais de ICMS já apurados e inscritos em créditos fiscais do Estado de Goiás.

Mas quem vai pagar a conta agora é o funcionalismo que terá o seu parco salário parcelado em duas vezes. Incluí-se nesse parcelamento também o décimo terceiro salário.

Declarou o governo que a queda na receita impôs essa necessidade. Não seria a mesma receita de onde ele tirou 1 bilhão para o Friboi.